Carta de Albert Einstein à Frankin Roosevelt. |
Com a possibilidade da criação de uma bomba que agiria a partir de uma cadeia de reações, tendo uma enorme área de destruição, Albert Einstein manda uma carta ao presidente dos EUA, Frankin Roosevelt. Na carta, Einstein pedia que o programa nuclear para a construção dessa bomba iniciasse o mais rápido possível. Para isso, Roosevelt reuniu vários profissionais, como militares, cientistas e engenheiros, para tocarem o projeto de criação da bomba, chamado de Projeto Manhattan.
Tradução da Carta:
Senhor:
Alguns
trabalhos recentes de E. Fermi e L. Szilard, que me foram comunicados em
manuscrito, levaram-me a crer que o elemento urânio possa ser transformado em
uma nova e importante fonte de energia em um futuro próximo. Certos aspectos da
situação que se criou parecem exigir atenção e, se necessário, rápida ação por
parte da Administração. Creio, portanto, que é meu dever trazer a sua atenção
para os seguintes fatos e recomendações:
No
decorrer dos últimos quatro meses, foi provado - através do trabalho de Joliot
na França, bem como de Fermi e Szilard na América - que é possível a criação de
uma reação nuclear em cadeia em uma grande massa de urânio, através da qual
vastas quantidades de energia e grandes quantidades de novos elementos
semelhantes ao rádio são gerados. Agora, parece quase certo que isso possa ser
conseguido em um futuro próximo.
Esse
novo fenômeno levaria também à construção de bombas e é concebível - embora não
tão certamente - que bombas extremamente poderosas de um novo tipo possam ser
construídas. Uma única bomba deste tipo, carregada por um barco e explodida em
um porto, pode muito bem destruir todo o porto, juntamente com parte do
território circundante. Contudo, tais bombas podem muito bem revelar-se
demasiado pesadas para o transporte por via aérea.
Os
Estados Unidos têm apenas minérios de urânio de baixa qualidade e em
quantidades moderadas. Há algumas boas reservas no Canadá e na
ex-Tchecoslováquia, mas a grande fonte de urânio está no Congo Belga.
Perante a situação, o senhor pode pensar que é desejável ter
mais contato permanente entre a Administração e o grupo de físicos que
trabalham em reações em cadeia nos Estados Unidos. Uma forma possível de alcançar este
objetivo pode ser o senhor confiar esta tarefa a alguém de sua confiança que
poderia, quem sabe, atuar em condição extra-oficial. Sua tarefa pode
compreender:
a)
abordar aos Departamentos Governamentais, mantê-los informados sobre o
desenvolvimento e apresentar recomendações para a ação do Governo, dando
especial atenção ao problema de garantir fornecimento de minério de urânio para
os Estados Unidos;
b)
acelerar o trabalho experimental, que está atualmente sendo feito dentro dos
limites dos orçamentos dos laboratórios das universidades, fornecendo fundos,
caso sejam necessários, pelo contato com pessoas privadas dispostas a
contribuir para esta causa, talvez, inclusive, buscando a cooperação de
laboratórios industriais que têm o equipamento necessário.
Eu
entendo que a Alemanha realmente parou a venda de urânio das minas da
Tchecoslováquia que ela assumiu. Talvez se compreenda por que haja tomado essa
ação rápida, pelo fato do filho do Sub-Secretário de Estado Alemão, von
Weizsäcker, ser ligado ao Kaiser-Wilhelm-Institut, em Berlim, onde alguns dos
trabalhos americanos sobre o urânio estão agora sendo repetidos.
Atenciosamente,
Albert
Einstein.
Referências: http://www.brasilescola.com/fisica/einstein-bomba-atomica.htm
http://em-mim-serenamente-2.blogspot.com.br/2008/12/2-cliques-sobre-carta.html (imagem)
http://em-mim-serenamente-2.blogspot.com.br/2008/12/2-cliques-sobre-carta.html (imagem)
Por que ele escreveu a carta?
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